Emilio Orciollo Netto em 'Também Queria Te Dizer' neste sábado no Engenho

(Divulgação Teatro GT)

Por Naiara Lima

Emilio Orciollo Netto chega a Piracicaba neste sábado (10) com duas sessões do espetáculo Também Queria Te Dizer – Cartas Masculinas. As apresentações acontecem às 19h e 20h30, no Teatro do Engenho. Já às 21h30 haverá um bate-papo com as pessoas da plateia. No palco, seis cartas do livro Tudo Que Eu Queria Te Dizer, da escritora Martha Madeiros. 

As correspondências são amarradas pela a história de um personagem, Pablo, que inicia a peça. Ele é um artista em processo de criação de uma exposição/instalação feita com cartas. Lendo todas durante a seleção, permite-se viver a vida dos remetentes. São retratos de homens de diversas idades e classes sociais que revelam suas mágoas, medos, revoltas, descobertas, alegrias e tristezas. Passam por temas como culpa, traição, preferências sexuais, aborto.

"Delicadeza" foi a principal palavra que o ator usou para expressar o espetáculo na conversa que teve com o PiaparaCultural. Confira!

Entre temas masculinos e personagem também masculino, escritos por uma mulher e interpretados por um homem, onde se encontra o poético?
Primeiro, a peça não é lida. É uma montagem de teatro interpretada. É inspirada no livro Tudo Que Eu queria Te Dizer, da Martha Medeiros. Nele há cartas femininas e masculinas. Eu interpreto as de seis homens diferentes, as quais contêm tudo o que você gostaria de dizer ao seu pai, ao seu melhor amigo, ao seu chefe, mas que nunca teve a possibilidade. 

É uma peça muito simples, mas bastante delicada. A Martha Medeiros, em minha opinião, é uma das maiores escritoras contemporâneas. Sua obra fala e comunica com bastante simplicidade, beleza e poesia sem ser rebuscada ou complicada de entender. Acho que esse é o grande segredo do sucesso dessa montagem. As pessoas se aproximam e se identificam com as cartas. É impossível não ter passado por situações similares ou não conhecer quem tenha passado.

Trata-se de um espetáculo bem lindo, artesanal, em que conto, interpreto, a vida de homens diferentes, seis desabafos, por meio desse texto lindo da Martha Medeiros.

Foi você quem pensou em fazer a montagem ou veio de um convite?
Faço essa peça desde novembro de 2012. Tenho viajado o Brasil, e onde vamos é um sucesso. Fiquei um ano e sete meses sem fazê-la, aí fiz em Uberlândia (MG), passei por São Carlos (SP) na semana passada e agora teremos essa miniturnê encerrando em Piracicaba. 

É um espetáculo que sempre estará comigo. É uma produção minha, sou o idealizador. Queria fazer um monólogo, procurei alguns textos e me apaixonei por esse livro. Chamei essa equipe toda, que também se apaixonou pelo projeto: a Maria Siman (direção de produção), minha sócia, e o Victor Garcia Peralta, que nos dirigiu. E jogamos o espetáculo para o mundo!

É o seu primeiro monólogo, né?
Sim, é o meu primeiro monólogo. E estou tendo o prazer e chegar em Piracicaba e fazer duas sessões para vocês.

Como ator, qual é a sensação de estar sozinho em cena, já que é uma experiência nova... bom, pelo tempo do espetáculo, já não tão nova?
(Divulgação Teatro GT)
Acho que sempre é, sim! É sempre um desafio, um espetáculo novo, pois o teatro te proporciona esse ineditismo. Cada dia é um dia diferente, a cada apresentação nada é igual, apesar de o texto ser o mesmo. Essa é a magia do teatro, cada dia ser único! Nas cidades em que passamos, o público é diferente e recebe a peça de maneiras variadas. Espero que o de Pira encha o teatro, assim como tem sido em outras cidades, e abra o coração para receber essas palavras lindas escritas pela Martha.

É muito diferente estar sozinho em cena, com essas cartas?
É um desafio.

Parece íntimo.
É muito íntimo, delicado. É um grande desafio de atuação para mim, esse espetáculo.

Há algo que te incomoda em dizer durante o espetáculo? Para você, o que é mais tenso?
Não tem tenso, só prazer. Eu tenho muito prazer em fazer esse espetáculo, e o público percebe e recebe com essa sensação. As pessoas se emocionam. São 50 minutos em que ficam conectadas, ligadas. É muito bom de se fazer. É prazer puro!

Já são quatro anos de Também Queria Te Dizer. Durante esse tempo, houve algum amadurecimento?
Tudo muda. A gente amadurece e o espetáculo também. Fica mais potente e mais vivo. Com certeza, não é a mesma peça de quando estreei. É bem melhor!

O que todas essas cartas têm em comum que possibilitou a reunião delas no espetáculo?
O livro tem muitas cartas masculinas, mas escolhi essas seis porque acho que são de melhor entendimento. Gosto mais, são impactantes. Teatralmente falando, são mais interessantes de serem mostradas.

E vai rolar um bate-papo depois das duas sessões.
Na última sessão, faço bate-papo, conversando com público sobre o processo de trabalho, tirando dúvidas, ouvindo elogios e críticas.

Como costuma ser o retorno?
É ótimo. Vai ter que ir lá para saber!

Serviço

Espetáculo Também Queria te Dizer, com Emílio Orciollo Netto
Quando: sábado (10)
Horário: às 19h e 20h30 (espetáculo) e 21h30 (bate-papo)
Local: Teatro do Engenho
Endereço: Av. Maurice Allain, 454 – Parque Engenho Central
Ingresso: R$ 12,50 (meia-entrada e promocional) e R$ 25 (inteira)
Vendas on-line: bilheteriarapida.com.br
Classificação: 12 anos
Informações: (19) 3413-8526 ou 3413-5212

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