Mauro Albertt: expoente brasileiro tocará no Festival de Jazz Manouche de Piracicaba

(Foto: Lenara Guerra/Divulgação)

Por Henrique Inglez de Souza

Mauro Albertt é um dos grandes ícones do jazz manouche nacional. De seus quatro discos, Jazz Manouche Brasil (2013) sagrou-se um belo sucesso. Marcou o início de sua trilha dentro do emblemático selo norueguês Hot Club Records. Além do que, o trabalho foi o primeiro do gênero com composições autorais a sair no Brasil. Já seu álbum mais recente, Optchá – Jazz Manouche, chegou ao mercado há alguns meses, trazendo nove faixas suas, as quais carregam influências de nossa música regional. O violonista é uma das figuras que estarão presentes no 4º Festival de Jazz Manouche de Piracicaba, em que acompanhará duas das atrações internacionais. Confira o papo que batemos com ele!  

Qual é a sua marca no jazz manouche?
Fui o primeiro brasileiro a ingressar no selo Hot Club Records, de Jon Larsen. Meus álbuns são integralmente autorais, e creio que o fator composição foi o que realmente fez a diferença. Fico realmente surpreso em ver que o Jazz Manouche Brasil está entre os cinco discos com maior numero de visualizações no canal do YouTube da gravadora, ao lado de músicos que admiro e que me influenciam, como Angelo Debarre e Rosemberg Trio.  

O jazz manouche brasileiro tem uma peculiaridade, alguma característica que o diferencia do europeu e do norte-americano?
Creio que a nossa variedade rítmica é o que faz a diferença. Com muito respeito, procuro aprender a raiz e a linguagem do jazz manouche, mas sei que o nosso caldeirão é bem profundo e bem rico - ainda mais se somarmos ao choro, bossa, frevo e baião as influências da America do Sul, como chamamé, tango e milongas.  

No festival, você irá se apresentar ao lado de Jon Larsen. Qual será a pegada do show?
Um reencontro entre amigos. Em 2014, fiz algumas apresentações com o Larsen em Santa Catarina e no Paraná. O Jon é um grande guitarrista e uma pessoa muito gentil. Estou bem animado em dividir o palco com ele nessa sua temporada no Brasil.  

O que de sua carreira apresentará em Piracicaba?
Estou focado no repertório que Jon Larsen decidir. Também farei algumas apresentações com a Irene Ypenburg, em que tocaremos música tradicional manouche. Diferentemente da primeira edição do festival, quando apresentei repertório integralmente autoral, desta vez irei para servir. Porém, se meus amigos quiserem, também tocaremos meus temas autorais. Será um prazer!   

De que canto do Brasil tem surgido interesse pelo manouche que tem te surpreendido? 
O alcance do jazz manouche tem se ampliado cada vez mais. Como colunista mensal da revista Guitar Player, recebo e-mails e mensagens de toda parte do país, de pessoas interessadas em tocar e saber mais sobre essa música tão rica e especial. A cada ano que passa tenho me apresentado mais e mais. Acho que tocar três ou quatro vezes jazz manouche semanalmente em diversas partes do país não é nada mal, concorda?

Veja o vídeo promocional do álbum Optchá – Jazz Manouche. 

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