Titãs em Piracicaba: "Estamos mais criativos do que há alguns anos", diz Bellotto
Por Henrique Inglez de Souza
Os Titãs fazem show com ingressos
esgotados nesta quinta-feira (7), no ginásio do Sesc Piracicaba. A partir das
20h, Branco Mello, Paulo Miklos, Tony Bellotto e Sérgio Britto revisitam seus
mais de 30 anos de carreira, priorizando o repertório da turnê do DVD Nheengatu
Ao Vivo (2015). Além de canções recentes, como Fardado, Mensageiro da
Desgraça, Terra à Vista e Cadáver sobre Cadáver, o público deve
conferir clássicos do naipe de Televisão,
Desordem, Massacre e Jesus Não Tem
Dentes no País dos Banguelas. Nós conversamos com Tony Bellotto. Leia o papo com o guitarrista!
Nheengatu (2014) saiu um pouco antes do boom caótico que vive
o Brasil. Por conta do tom crítico, o disco acabou ganhando mais impacto junto
ao público do ano passado para cá?
Acho que Nheengatu tem mesmo esse
caráter premonitório, mas o caos e a qualidade "babélica" de nossa
sociedade atual já vinham aparecendo desde os protestos de junho de 2013.
Ouço
muito dessa bipolaridade que ganhou as redes sociais em Fala, Renata ou em Quem São
os Animais?. As canções também ganham novos significados para vocês?
As canções adquirem vida própria depois
que as gravamos, como filhos. É impressionante, por exemplo, que as músicas de Cabeça
Dinossauro, lançado há 30 anos, ainda façam tanto sentido nos dias de
hoje.
O Cabeça Dinossauro é um trabalho pesado,
indignado, entre outras coisas. Se fosse feito hoje, o quão diferente seria?
Não seria feito hoje, eis a questão! O Nheengatu
pode responder um pouco da tua pergunta...
Muitos
fãs têm perguntado sobre uma edição especial pelas três décadas do Cabeça. Há algo planejado?
Gravamos há poucos anos uma reedição do Cabeça
ao vivo, além de lançarmos uma edição especial do disco. Agora não há nada
programado. Não somos muito chegados a efemérides.
E um
novo álbum ou novas canções dos Titãs, quais são as perspectivas neste momento?
Há sempre muita energia criativa rolando
entre nós, mas não posso revelar nada ainda. Estamos bem no começo de um novo
trabalho.
Na
vida há a tal crise dos 40. E na música, existe mesmo a crise pós-30 anos,
criativamente falando?
Não. Estamos, hoje, mais criativos do
que há alguns anos. Os momentos criativos numa banda não se explicam tão facilmente.
É só um mistério a mais.
Dos
nove integrantes originais, permanecem quatro. Como a música dos Titãs
amadureceu?
Os Titãs são um organismo coletivo que
suplanta as individualidades que o compõem. Amadurecemos, mas não muito.
Continuamos nos divertindo em fazer parte de uma banda de rock. E isso não é
coisa de gente madura, definitivamente.
Embora
tenhamos tido os anos 1990 e nomes de qualidade depois disso, por que o rock
nacional ainda é tão enraizado na geração oitentista? O que falta ou faltou
para termos novamente uma geração imponente?
Menos caretice, com certeza.
Bem legal a entrevista, conduziu bem, Henrique! Mas, quanto à música do Titãs, eu ainda acho bem careta rs
ResponderExcluirValeu, Folk! Abrax
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