Raul Rozados fala da chuva, tema de sua exposição fotográfica no Engenho

Murilo Rodrigues/Divulgação

Por Henrique Inglez de Souza

Intitulada A Chuva, a exposição gratuita reúne imagens produzidas pelo fotógrafo e ator Raul Rozados (imagem) entre os anos de 2007 e 2014. O material pode ser visto aos sábados e domingos, das 13h às 18h, na galeria do Parque Engenho Central – localizada no prédio da administração do espaço. Desde 2015, quando foi realizada pela primeira vez, a mostra explora as nuances e os humores da chuva. O público tem até o dia 21 de agosto para conferir de perto. Confira o papo que tivemos com o autor, que é formado pela Escola Paulista de Fotografia.

O que te deu esse insight em relação à chuva?
Foram as sensações que os dias de chuva me despertam. A necessidade de se preparar e de se moldar nos dias de chuva, no sentido físico, do vestuário, do caminhar mais cuidadoso, do prestar mais atenção onde se pode ou não pisar, e as emoções que eles trazem – visto que os dias cinzentos de chuva provocam, na maioria das pessoas, sentimentos mais próximos da melancolia. Porém, para mim, o sentimento é exatamente o contrário.

Além da chuva em si, o que te norteou enquanto produzia as imagens?
Tem a parte técnica da fotografia, em que tentei aproveitar ao máximo as possibilidades que a luz difusa de um dia nublado pode propiciar. As sombras ficam suaves, quase imperceptíveis, mas, mesmo assim, continuam mais do que suficientes para destacar os volumes e as texturas. Essa busca vem do tempo em que eu tinha um laboratório de foto em preto e branco na minha casa. Vem da hora em que o papel imerso na química revelava magicamente toda a gama de cinzas, que resultavam justamente nessas texturas e volumes. 

Qual é a maior poesia da chuva?
Espera-se que o fenômeno em si, a "precipitação meteorológica", seja constantemente equilibrado: teme-se a falta ou o excesso da chuva, mas o que acontece é quase sempre o contrário. E o equilíbrio é difícil. A nossa existência cotidiana segue nesse paralelo. Lutamos contra a falta ou o excesso, esperamos o equilíbrio, mas ele é difícil. Além disso, creio que a chuva provoca, para o "bem ou para o mal", uma espécie de aquietamento, forçosamente. Sob a chuva, tudo deve andar um pouco mais devagar.

Que tipo de sentimento busca despertar nas pessoas que vão à exposição?
São muitos sentimentos possíveis, mas creio que seja esse aquietamento, esse andar um pouco mais devagar, uma espécie de silêncio.


Serviço

Exposição A Chuva, de Raul Rozados
Quando: Até 21 de agosto
Local: Galeria do Parque Engenho Central (no prédio da administração do espaço)
Endereço: Av. Maurice Allain, 454 – Parque Engenho Central
Grátis – visitação aos sábados e domingos, das 13h às 18h
Informações: (19) 3403-2600
 
Veja algumas das fotos de Raul Rozados de A Chuva:




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