Coletivo Bruto faz experimento aberto para nova peça neste final de semana no 13 de Maio

As atrizes Maria Tendlau e Carla Sapuppo, do Coletivo Bruto (Foto: Raul Rozados)

Por Henrique Inglez de Souza

O Coletivo Bruto apresenta Experimento 1 Formas Narrativas – Um Roteiro para Vergonha a partir desta sexta-feira (15), no Clube 13 de Maio. Até o domingo (17), sempre às 20h, o público terá a chance de acompanhar, refletir e participar da elaboração de uma nova montagem. Com entrada gratuita, os ingressos serão distribuídos na hora de cada sessão – há vagas para até 20 pessoas. 

O evento faz parte do Projeto Documentário Vergonha, que vem sendo desenvolvido há alguns meses e que, em abril, promoveu fala pública e oficina com a atriz e performer Eleonora Fabião. A temporada com o espetáculo cuja elaboração protagoniza Experimento 1 acontece entre 30 de setembro e 30 de outubro.

Compõem o Coletivo Bruto os atores Maria Tendlau, Raul Rozados, Jorge Lode, Carla Sapuppo e Paulo Barcellos, que também cuida da direção. O dramaturgo e escritor Alexandre Dal Farra também integra a empreitada e estará em um dos três dias da apresentação desse final de semana. 

Nós batemos um papo rápido com a atriz Maria Tendlau sobre a novidade do grupo. Leia a seguir!

Experimentos abertos não são novidade, mas ganharam mais força nos últimos tempos. O que costuma acrescentar mais: as reações do público em cima do que mostram ou suas ideias?
Como venho de uma história de teatro de grupo em que os processos colaborativos são a tônica, tendo a entender todo o trabalho, mesmo depois da estreia, como uma matéria em construção. O experimento, porém, traz uma radicalidade maior a esse princípio, já que se enuncia claramente que o que se vê tem um grau de performatividade mais acentuado – pensando a performance como uma ação compartilhada no tempo e no espaço por todos que ali estão, atuantes e espectadores. 

Ou seja, o enquadramento teatral gerado quando se diz "veja, isso ainda não é; isso está sendo" coloca os presentes numa mesma aventura. Mais do que o retorno do "isso está bom; isso eu não entendi; isso é ruim", o próprio evento da partilha de uma construção ganha um contorno poético que me interessa.

Qual é a linha sutil que separa a ruptura construtiva da ruptura prejudicial?
Acho que só ocorreria uma ruptura prejudicial se o que estivesse sendo experimentado não fosse, de fato, uma experimentação. Não se sabe o que virá de resposta. Existe uma expectativa de comunicação, seja ela qual for, mas a maneira como se dará só é possível descobrir vivenciando a experiência. Acho que o único prejuízo seria se não houvesse comunicação alguma. Mesmo assim, isso deve ser descoberto. É melhor saber se estamos falando sozinhos logo, não é mesmo? [risos]

Qual é o tipo de frio na barriga que dá uma proposta em que o inesperado ocupa bastante das expectativas?
Olha, o trabalho se chama "Vergonha", então, espero sinceramente ficar com muito frio na barriga, senão será de mentira. Adoro! É um salto no escuro, uma libertação! O que somos capazes de dizer e fazer para olhar o outro como um igual? É disso que se trata. Espero olhar o público nos olhos e dizer: "Estou me esforçando ao máximo para ser sincera. Veja como somos ridículos e maravilhosos a um só tempo". 

Contar com a parceria de pessoas incríveis, como a Carla Sapuppo, Raul Rozados e Jorge Lode, além dos parceiros de fora da cena, Paulo Barcellos, Gabriela Elias, Julia Correa Giennetti, Léo Silva, Ivy Calejon, para passar por esse frio na barriga juntos tem sido lindo!

Serviço

Experimento 1 Formas Narrativas – Um Roteiro para Vergonha
Quando: 15, 16 e 17/07 (sexta, sábado e domingo)
Horário: 20h
Local: Clube 13 de Maio
Endereço: Rua Treze de Maio, 1.118 – Alto
Grátis (os ingressos, para até 20 pessoas, serão distribuídos na hora de cada sessão)
Informações: coletivobruto@gmail.com

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