Apaixonados por Vinho [coluna]: sobre os cálices
Tem cálice certo para tomar cada tipo de vinho? E aquela
história de ter um jeito correto para segurar o cálice, é real ou é frescura? –
Dorothy Resende
Dorothy, obrigado pela mensagem!
Há desenhos de taças específicos para cada tipo de
vinho, e há explicação para isso. Num grande rasgo, os tintos são mais
concentrados e mais ricos em componentes. Liberam uma gama razoável de
aromas, entre eles aromas complexos que reclamam uma dose de paciência e aplicação
do bebedor ou degustador para identificá-los e classificá-los. Já os brancos são
de corpo mais leve e menos estruturado, e exalam aromas delicados, muitas
vezes bem elegantes e finos. A liberação destes fluxos aromáticos é menos
intensa. Por isso, as taças de vinho tinto têm um bojo maior, para conter a
carga aromática mais intensa, enquanto que as taças de brancos têm o bojo menor,
para concentrar o volume menor de aromáticos.
Os espumantes, por sua vez, não são
de uma grande intensidade aromática, mas são avaliados pela liberação de
correntes ascendentes de pequenas bolhas de gás carbônico. Se a taça é do tipo
antigo, rasa e larga, a espumação dura pouco tempo, gerando o fator de
qualidade chamado persistência de característica curta (logo se esvai). Por isso,
para a apreciação destes, a taça tem bojo maior e a boca mais acima e
reduzindo a saída dos gases. Para os apreciadores profissionais ou metidos a, a
taça ISO é de bojo alargado e boca mais fechada, e serve para todos os tipos de
vinho.
Sobre segurar a taça corretamente, sem deixar o
dedinho saliente..., pega-se pela haste a fim de evitar aquecer o vinho com o
contato direto da mão no bojo. Alguns mais afetados, seguram a taca pela base
sem incorrer em frescuras de fazer poses e trejeitos artificiais.
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