Apaixonados por Vinho [coluna]: o delicioso mistério da degustação

O que tanto se vasculha numa degustação? Como eu, que não entendo nada, posso perceber os sabores certos e começar a conhecer o que estou bebendo? – Antero R.

Caro Antero, a degustação segue uma sequência lógica, de cima para baixo: visão, olfação e gosto (olhos, nariz e boca). Primeiro, faz-se uma análise visual, procurando no corpo do vinho eventuais indicações que possam prejudicar sua avaliação – turbidez (faltam cor e brilho), sólidos em suspensão (o bom é não ter nenhum), corpo apagado (sem brilho), alteração da cor (a cor do vinho tinto vai se deteriorando na direção de um tom marrom, assim como o vinho branco, que igualmente escurece, na proporção de sua deteriorização). O vinho branco deve estar límpido, em sua cor esverdeada – deve ser límpido e sua cor, vivaz. 

Em seguida, promove-se a avaliação olfativa – partindo-se da leitura do perfil do vinho, passa-se a sentir o seu aroma, a fim de identificar o que se espera dele (sabores que remetem a frutas maduras, florais, madeira, terra e muitos outros). À medida que você vai tomando os vinhos e prestando atenção em suas sensações, irá descobrir o delicioso mistério das sensações olfativas.

Finalmente o prêmio do primeiro gole! Quando se engole uma porção de vinho, ela é aquecida na boca e libera vapores com os seus perfumes característicos. Na verdade, o gosto é decorrente do olfato, e sentimos na boca aquelas frutas maduras, os florais, a madeira, que nosso olfato anunciou... 

Cada pessoa percebe uma gama de sensações olfativas próprias, pois essa percepção é estreitamente ligada à memória olfativa. E mais: os sabores certos, aqueles que se aprecia no vinho que toma, lhes serão certos, porque vinho é como gente: o melhor é aquele de que gostamos! A partir daqui você pode fazer um número maior de perguntas para matar ainda mais as suas curiosidades.

Abraço!

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Coluna semanal do Sérgio Inglez de Souza

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