"O amor é uma droga poderosa", dispara China Moses, que canta hoje no Sesc
Por
Henrique Inglez de Souza
Os shows da edição piracicabana do Sesc
Jazz & Blues começam nesta quinta-feira (11). Os dinamarqueses do Phronesis
abrem a noite, às 20h, e depois chega a vez de China Moses. A cantora norte-americana
sobe ao palco às 21h30, acompanhada dos britânicos Luke Wynter (baixo), Marijus Aleksa (bateria) e Mike Gorman (piano). O repertório terá, entre
outros destaques, as músicas que saíram recentemente, com o EP Whatever.
O material antecipa o que haverá em seu sexto álbum de estúdio – composto e
gravado em apenas 11 dias! Veja abaixo a entrevista que fizemos com ela.
Seu
próximo álbum foi feito de forma bem rápida. O quanto a espontaneidade
determina o resultado de um trabalho, para você?
Todos os trabalhos vêm de combustão
artística espontânea. A quantidade varia e os resultados variam. Para esse
disco, sinto que é a combinação de nossas viagens – do produtor Anthony
Marshall e minha – que criou essa sonoridade old school, mas moderna e fresca.
O tempo dedicado não determina a qualidade. Músicas excelentes e outras nem
tanto foram criadas em 5 minutos.
Às
vezes, acho que falta espontaneidade nos trabalhos de muitos dos artistas mais
novos. A música está perdendo terreno para a internet e as tecnologias?
Não é a espontaneidade que falta. São os
erros humanos que estão faltando. A busca pela perfeição coloca um monte de
artistas em busca de algo que não é possível. E cria falsas expectativas.
Quanto à internet, ela é ótima e, ao mesmo tempo, não tão ótimo assim. Como
artista, é difícil romper todo o "ruído". Há um monte de artistas que
são elogiados por uma música, e não por uma carreira...
A
música Disconnected é algum tipo de
desabafo ou queixa?
É uma observação. Sem julgamento. Eu
digo, em primeiro lugar, que quero estar desligada, então digo que não quero estar
desligada. Nossos telefones tornaram-se uma extensão de nossas vidas. Nós
realmente olhamos para eles a fim de saber o que está acontecendo. As redes
sociais nos mantêm conectados ainda que não nos vejamos uns aos outros na "vida real".
Todos temos uma opinião e nos tornamos muito autocentrados.
Na música, você é forçado a se comunicar
com os músicos, com o público e tal, para criar uma conexão. E mesmo que eu adore
as redes sociais, já que estar na estrada me impede de ver pessoalmente quem amo,
tenho tempo para atender diferentes pessoas cara a cara. Nada supera falar cara
a cara e sentir a energia de alguém!
O
quanto autobiográfica é a letra de Hang
Over? Essa canção tem um groove saboroso e perfeito para descrever uma
ressaca [em inglês, hang over].
Bem, na verdade, não fala sobre estar
bêbado de álcool. É sobre estar embriagado com amor. O amor é uma droga
poderosa.
Já
faz quatro anos que lançou Crazy Blues.
Qual foi a maior mudança na sua vida que tornou possível compor canções como as
do EP Whatever?
Apenas ter tido a coragem de ser eu
mesma. Aceitar a música como uma parte integral da minha vida. Ela está em meu DNA.
Qual
é o sentimento mais presente na sua música?
Alegria, amor e êxtase!
Quais
são os grandes nomes do jazz, soul e blues que são fundamentais para
entendermos a cantora China Moses?
Dinah Washington, Etta James, Minnie Riperton,
Allen Toussaint, Neneh Cherry, Millie Jackson, Carleen Anderson, Tina Turner,
Pearl Bailey, Natalie Cole, Stevie Wonder... a lista não tem fim!
Sesc
Jazz & Blues
Dia 11 (hoje)
20h: Phronesis (Dinamarca/jazz
contemporâneo)
21h30: China Moses (EUA/jazz)
Dia 12 (sexta)
20h: The Headcutters (Brasil/blues)
21h30: Letieres Leite & Orkestra
Rumpilezz (Brasil/jazz com raízes rítmicas afro-baianas)
Dia 13 (sábado)
20h: Jorginho Neto convida o DJ Erick
Jay (Brasil/sambajazz + rap)
21h30: Jimmy Burns (EUA/blues)
Local: Sesc Piracicaba (ginásio)
Endereço: Rua Ipiranga, 155 – Centro
Ingressos (por noite): entre R$ 15 e R$
50
Vendas: bilheterias ou pela internet
Informações é (19) 3437-9292
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