Amauri Ribeiro e Tarciso de Barros Lorena levam arte aos muros do Zoológico Municipal

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Por Naiara Lima

Para quem presta atenção nas paredes da cidade, percebe que cada vez mais a arte está tomando conta. Mas para além do grafite, o movimento da arte muralista vem ganhando força. Depois dos muros do Estádio Barão de Serra Negra, do Cemitério da Saudade e da Semae (Serviço Municipal de Água Esgoto), outro equipamento público a ganhar novas cores foi o Zoológico Municipal de Piracicaba (av. Marechal Castelo Branco, 426 – Jd. Primavera). Os responsáveis pela pintura foram os artistas Amauri Ribeiro e Tarciso de Barros Lorena. 

Com uma experiência conjunta de mais de 10 anos, foi Amauri que convocou Tarciso: "Resolvi convidá-lo pela dimensão do muro, e porque temos uma conversa bem legal entre nossos trabalhos, e isso poderia somar". A dupla também guarda em seu portfólio pinturas no Zoológico de São Paulo e no Aquário de São Paulo, além de cenografias para academias de balé.

Utilizando tinta esmalte a base de água, eles prepararam uma mistura entre ilustração e a pintura impressionista. Para o tema, a ideia foi remeter a um parque, à descontração e à família. "Fomos compondo no decorrer da pintura", relata Amauri. "A criação saiu espontânea, e tínhamos essa liberdade para executar", completa Tarciso. 

Sobre a relação entre o grafite e a arte muralista, eles acreditam que convivem muito bem na cidade. De acordo com Amauri, são formas diferentes de expressão artística, mas que não muda a mensagem. "Nós gostamos muito do mural, porque transferimos aquilo que fazemos em uma tela, pintura digital ou papel para a parede. O que muda é o suporte", explica.

O artista acredita que existe público para as duas linguagens, ainda que uma seja mais aceita que a outra. "Percebo que o mural ainda é visto sob um olhar menos preconceituoso. Mas saliento que temos amizades com as duas vertentes. Eu mesmo faço trabalhos com o Diógenes Moura, um artista de mão cheia." 

Na opinião de Tarciso, o grafite tem muitas vezes uma conotação de contestação ou protesto. "Por isso, foi bastante marginalizado e discriminado. Só há pouco tempo começou a ganhar uma atenção como forma de arte", avalia. Para ele, ambas as formas de expressão podem e devem ser valorizadas. "Acontece que, no grafite, o artista atua como um lobo solitário e expõe o que deseja pintar. O muralismo obedece a uma ideia ou um tema por ser um espaço público liberado. Deve atingir o objetivo social. Porém, em Piracicaba, as duas vertentes convivem muito bem."

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