"Será uma grande festa", diz dançarina confirmada no Festival de Jazz Manouche
Por Henrique Inglez de Souza
O 4° Festival de Jazz Manouche de
Piracicaba será realizado no dia 22 de outubro, a partir das 16h30, Teatro do
Engenho. Hot Club de Piracicaba, Seo Manouche com Bina Coquet (Brasil) e Israel
Fogaça (Brasil), Eva Scholten (Holanda), Tcha-Badjo (Canadá), Irene Ypenburg
(Holanda), Jon Larsen (Noruega) com Mauro Albertt e Marcelo Cigano (Brasil) serão
os protagonistas deste ano.
Pela primeira vez, o público ficará
acomodado na parte externa do local, em cadeiras sob uma área coberta, e haverá
food trucks. Os ingressos estão sendo trocados por fraldas geriátricas ou 1 kg
de arroz (ou feijão), que irá para o Fundo Social de Solidariedade do Município
(as trocas ocorrem nas bilheterias do local, das 15h às 18h).
A Hot Club de Piracicaba fica
responsável pela abertura da programação. O grupo contará com a participação da
dupla de dançarinos Lucas Melo e Renata Meireles, com quem
conversamos. Veja o que a dançarina nos falou sobre a expectativa para muito em breve.
Como
será a apresentação de vocês dois?
Exploraremos umas das principais
características do jazz, a improvisação. Não há uma coreografia ou sequência de
passos formatada. Trabalharemos o improviso e o diálogo com os músicos,
buscando criar um espetáculo vivo, orgânico e único. Vamos navegar entre swing
dances (danças americanas antigas), como o Lindy Hop, o Shag e o Balboa, típicas
das décadas de 1920 e 1930.
Por
que o jazz manouche?
Ele está presente em minha
vida há muito tempo. Desde os 15 anos, quando comecei a fazer aulas de teatro,
utilizámos as músicas do ícone dessa vertente, Django Reinhardt, para as práticas
de expressão corporal. Fui surpreendida, e devo dizer que me apaixonei à
primeira vista. Desde então, é um estilo que procuro estudar e buscar cada vez
mais referências.
O jazz manouche, ou jazz cigano (gypsy jazz),
tem uma energia bem própria e especial, uma vibração alegre e contagiante. É
impossível ouvir e não sentir uma necessidade incontrolável de dançar ou de
fazer parte dessa manifestação, de alguma forma. A música te transporta, quase
que imediatamente, a uma verdadeira caravana cigana! No Brasil, ainda temos
poucos representantes desse estilo, mas torço para que a cena cresça mais,
provocando outros a estudarem essa linguagem.
Há
quanto tempo você se apresenta com a dança?
Sou atriz profissional há mais de dez
anos e dançarina de swing dances há três anos e meio. O Lucas Melo, meu parceiro
de dança, também é especializado em danças norte-americanas, e dança há quatro
anos e meio. Além de dançarinos, somos professores desse estilo. Já
participamos de festivais nacionais (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais)
e internacionais (EUA, Alemanha, França, Argentina e Chile). Nossas
apresentações ocorrem nos mais diversos cenários – ruas, teatros e espaços alternativos, com big bands e bandas de artistas de rua.
Nosso objetivo é disseminar e
popularizar a cultura do jazz. O jazz nasce de uma forte necessidade de expressão e libertação, muitas vezes mostrando-se subversivo, ousado,
impactante. Com o tempo, o gênero tornou-se elitizado, tendo o acesso restrito
a uma minoria. Queremos que todos tenham a oportunidade de contato com essa
forma de arte, que é tão extraordinária e essencial. Eventos como o Festival de
Jazz Manouche de Piracicaba propiciam essa aproximação com o público, e isso é
maravilhoso!
E
que tal a missão de se apresentar no Festival de Jazz Manouche de Piracicaba?
Meu primeiro contato com o festival foi
no ano passado. Vim assistir ao espetáculo e me encantei ao ouvir tantos
músicos incríveis improvisando com maestria. Como era em um teatro, não havia
muita possibilidade para dançar. Ainda assim, não pudemos nos controlar,
levantamos da cadeira e arriscamos alguns passos. Os músicos generosamente nos
convidaram para dividir o palco na última música. Foi uma das experiências mais
gratificantes que já tive no contexto da dança!
Para este ano, a missão é fazer um
espetáculo ainda mais incrível! O espaço onde o evento ocorrerá será aberto, o
que permitirá criarmos algo bem próximo do público e convidativo a todos que
queiram dançar. Será uma grande festa!
::::
O PiaparaCultural é um dos parceiros que apoiam o 4° Festival de Jazz Manouche
de Piracicaba
Serviço
(Reprodução) |
4°
Festival de Jazz Manouche de Piracicaba
Quando: 22/10
Horário: 16h30
Local: Teatro do Engenho
Endereço: Av. Maurice Allain, 454 –
Parque Engenho Central
Ingressos: 1 kg de arroz ou feijão (a
troca pela entrada é realizada na bilheteria do local, das 15h às 18h)
Informações: neste link
Vai ser sensacional. Espero que outros dançarinos de lindy hop compareçam para compartilhar a festa
ResponderExcluirCom certeza! Vamos agitar essa galera e fazer um lindo espetáculo! :)
Excluir