É hoje: "Me sinto realizado", celebra o idealizador do Festival de Jazz Manouche
Por Henrique Inglez de Souza
O Festival de Jazz Manouche de
Piracicaba chega a sua quarta edição. Um feito? Sim, se pensarmos no perrengue
que é sobreviver e fazer acontecer música no Brasil. Por outro lado, a marca
atesta algo que já se impunha desde o início: a importância do evento no
cenário nacional. Além de ter um porte de alto padrão, é o único realmente
expressivo dedicado ao manouche no país.
Com início às 16h30, as performances acontecem este sábado (22), na parte externa do Teatro do Engenho – uma novidade para
2016, assim como a presença de food trucks. Os ingressos custam R$ 1 + 1 litro de leite longa vida ou 1 kg de arroz
(ou feijão). O valor e a doação têm como destino o Fundo Social de
Solidariedade do Município.
Nomes brasileiros e estrangeiros compõem
a programação: Pa Moreno & Hot
Club de Piracicaba (Brasil, com a participação da dupla de dançarinos Renata
Meireles e Lucas Melo), Irene Ypenburg (Holanda), Marcelo Cigano (Brasil), Bina
Coquet (Brasil), Gilberto de Syllos/Seo Manouche (Brasil), Felipe Coelho
(Brasil), Eva Scholten (Holanda), Tcha-Badjo (Canadá), Jon Larsen (Noruega), Mauro
Albertt (Brasil) e Israel Fogaça (Brasil).
Além desse pessoal, há talvez o mais relevante deles: Fernando Seifarth (violão cigano). O músico e
produtor é a grande figura por trás do festival, é seu idealizador/organizador. E
foi com ele que batemos o papo que você lê a seguir.
Finalmente,
a quarta edição! Você se sente mais realizado ou herói por conseguir dar
sequência ao festival na raça?
Me sinto realizado. Trazer Eva Scholten,
Jon Larsen e Tcha-Badjo era um sonho. É claro que sonhos se realizam com
esforço e trabalho, mas sem heroísmo [risos].
O
que mais tem te causado calafrios de ansiedade por conta das performances que
estão por vir?
O frio na barriga está sendo causado
pela inovação: após três anos de sucesso em um formato (show no interior do
teatro, com todo o conforto), fazer na área externa. Há fatores, como
temperatura, sonorização e tempo, que são sempre complicados de lidar. Mas
tenho fé no profissionalismo do Renato Napty e... em Deus!
O
lineup me parece mais equilibrado em relação a atrações brasileiras e estrangeiras.
Sim, ouvi conselhos de várias pessoas,
especialmente do Robin Nolan, para definir o lineup. Tentei balancear os
estilos, também. O tempo de apresentação será controlado, para não cansar o
público, possibilitando-o apreciar todos os concertos.
Por
que optou por realizar as apresentações na parte externa do Teatro do Engenho?
Para tentar reproduzir o padrão do festival
de Samois, na França [Festival Django
Reinhardt], com maior informalidade e conexão entre público e artista. E
também para eliminar a impressão que há, de que jazz é um estilo elitizado e
privativo de clubes, bares e salas de concerto.
Já
dá para começar a rabiscar a quinta edição do festival?
Sempre que estou próximo ao dia do
festival, prometo para mim mesmo que será o último, que foi cansativa a
organização etc. Mas sabe como é... É como mulher no final da gestação que diz
que será o último filho. Logo depois do nascimento, esquece os enjoos e já
pensa no próximo filho [risos].
Serviço
4°
Festival de Jazz Manouche de Piracicaba
Quando: 22 de outubro
Horário de início da programação: 16h30
Local: Teatro do Engenho Erotídes de
Campos (parte externa)
Endereço: Av. Maurice Allain, 454 –
Parque Engenho Central
Cidade: Piracicaba/SP
Ingressos: R$ 1 + produto (1 litro de
leite longa vida ou 1 kg de arroz/feijão) – a
troca deve ser feita nas bilheterias do local
Informações: Facebook.com/festivaldejazzmanouche
Obrigado, prezado Henrique, pela valiosa contribuição na divulgação do evento
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