É hoje: "Me sinto realizado", celebra o idealizador do Festival de Jazz Manouche


Fernando Seifarth (Foto: Antonio Trivelin)
Por Henrique Inglez de Souza

O Festival de Jazz Manouche de Piracicaba chega a sua quarta edição. Um feito? Sim, se pensarmos no perrengue que é sobreviver e fazer acontecer música no Brasil. Por outro lado, a marca atesta algo que já se impunha desde o início: a importância do evento no cenário nacional. Além de ter um porte de alto padrão, é o único realmente expressivo dedicado ao manouche no país. 

Com início às 16h30, as performances acontecem este sábado (22), na parte externa do Teatro do Engenho – uma novidade para 2016, assim como a presença de food trucks. Os ingressos custam R$ 1 + 1 litro de leite longa vida ou 1 kg de arroz (ou feijão). O valor e a doação têm como destino o Fundo Social de Solidariedade do Município.

Nomes brasileiros e estrangeiros compõem a programação: Pa Moreno & Hot Club de Piracicaba (Brasil, com a participação da dupla de dançarinos Renata Meireles e Lucas Melo), Irene Ypenburg (Holanda), Marcelo Cigano (Brasil), Bina Coquet (Brasil), Gilberto de Syllos/Seo Manouche (Brasil), Felipe Coelho (Brasil), Eva Scholten (Holanda), Tcha-Badjo (Canadá), Jon Larsen (Noruega), Mauro Albertt (Brasil) e Israel Fogaça (Brasil). 

Além desse pessoal, há talvez o mais relevante deles: Fernando Seifarth (violão cigano). O músico e produtor é a grande figura por trás do festival, é seu idealizador/organizador. E foi com ele que batemos o papo que você lê a seguir.

Finalmente, a quarta edição! Você se sente mais realizado ou herói por conseguir dar sequência ao festival na raça?
Me sinto realizado. Trazer Eva Scholten, Jon Larsen e Tcha-Badjo era um sonho. É claro que sonhos se realizam com esforço e trabalho, mas sem heroísmo [risos].

O que mais tem te causado calafrios de ansiedade por conta das performances que estão por vir?
O frio na barriga está sendo causado pela inovação: após três anos de sucesso em um formato (show no interior do teatro, com todo o conforto), fazer na área externa. Há fatores, como temperatura, sonorização e tempo, que são sempre complicados de lidar. Mas tenho fé no profissionalismo do Renato Napty e... em Deus!

O lineup me parece mais equilibrado em relação a atrações brasileiras e estrangeiras.
Sim, ouvi conselhos de várias pessoas, especialmente do Robin Nolan, para definir o lineup. Tentei balancear os estilos, também. O tempo de apresentação será controlado, para não cansar o público, possibilitando-o apreciar todos os concertos.

Por que optou por realizar as apresentações na parte externa do Teatro do Engenho?
Para tentar reproduzir o padrão do festival de Samois, na França [Festival Django Reinhardt], com maior informalidade e conexão entre público e artista. E também para eliminar a impressão que há, de que jazz é um estilo elitizado e privativo de clubes, bares e salas de concerto.

Já dá para começar a rabiscar a quinta edição do festival?
Sempre que estou próximo ao dia do festival, prometo para mim mesmo que será o último, que foi cansativa a organização etc. Mas sabe como é... É como mulher no final da gestação que diz que será o último filho. Logo depois do nascimento, esquece os enjoos e já pensa no próximo filho [risos]. 




Serviço

4° Festival de Jazz Manouche de Piracicaba
Quando: 22 de outubro
Horário de início da programação: 16h30
Local: Teatro do Engenho Erotídes de Campos (parte externa)
Endereço: Av. Maurice Allain, 454 – Parque Engenho Central
Cidade: Piracicaba/SP
Ingressos: R$ 1 + produto (1 litro de leite longa vida ou 1 kg de arroz/feijão) – a troca deve ser feita nas bilheterias do local

Comentários

  1. Obrigado, prezado Henrique, pela valiosa contribuição na divulgação do evento

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