Eva Scholten: manouche, standards e música brasileira no Festival de Jazz Manouche


(Foto: Frédéric Binard/Divulgação)

Por Henrique Inglez de Souza

4º Festival de Jazz Manouche de Piracicaba: assim como Irene Ypenburg, a cantora Eva Scholten também é holandesa e chama a atenção por sua performance ímpar. Integra projetos como o conterrâneo YesSister, JazzSister, que lançou recentemente o álbum Crazy People, e o norueguês Jazzbanditt. Porém, sua principal via está no próprio quarteto, Eva sur Seine. 

No Brasil, para o agora tradicional evento manouche piracicabano, que acontece no próximo dia 22, ela será acompanhada pelo Seo Manouche. O grupo paulista tem Gilberto de Syllos (voz, baixo acústico), Bina Coquet (violão cigano) e Fernando Seifarth (violão).

Qual é o sentimento que dá ao saber que irá tocar jazz manouche no Brasil?
O fato de o Festival de Jazz Manouche de Piracicaba ser o único festival oficial de jazz cigano no Brasil já diz tudo! Acredito que esse estilo não seja tão comum no seu país. Mas também acho que muitas pessoas estão bem contentes que agora há um ponto oficial para encontrar outros fãs de manouche e ouvir músicos do mundo inteiro todo ano. Para mim, parece a versão brasileira do evento dedicado ao Django na cidade de Samois-Sur-Seine [Festival Django Reinhardt]. 

Acho que há bastante gente que nunca ouviu jazz manouche por aí, mas, claro, espero que amem! Embora seja um tipo de música com um suingue totalmente diferente, tem o mesmo tanto de paixão que a música brasileira. É disso que mais gosto no jazz manouche: é aberto para que todos consigam compreender e se divertir – sem qualquer restrição!

E o que conhece da música brasileira?
Breno Viricimo, meu amigo e baixista acústico no meu quarteto, Eva Sur Seine, é do Brasil. Ele leva seu violão a todos os nossos ensaios, e sempre que damos uma parada ou terminamos de ensaiar, toca algum samba ou uma bossa nova para a gente. É algo tão maravilhoso e cheio de alma! O Breno até inspirou nosso violonista solo, Thomas Baggerman, a começar a burilar suas habilidades em ritmos brasileiros... Também conversamos sobre canções famosas que o público brasileiro irá adorar, como Samba de Uma Nota Só, Chega de Saudade e Triste. Este ano, ainda irei cantá-las em inglês, mas na próxima vez que voltar aí será em português!

Por que não podemos perder o seu show?
Tentarei fazer uma conexão entre a "alegria" europeia e a brasileira na música, e espero conseguir espalhar isso a todos na plateia. Iremos apresentar as canções manouche mais conhecidas com novas letras, além de standards do jazz com um suingue louco e pérolas brasileiras, para agradecer aos músicos e ao público por me convidarem ao seu belo país.

Serviço

4° Festival de Jazz Manouche de Piracicaba
Quando: 22/10
Horário: a partir das 16h30
Local: Teatro do Engenho (parte externa)
Endereço: Av. Maurice Allain, 454 – Parque Engenho Central
Ingressos: R$ 1 + 1 kg de arroz ou feijão (a troca pela entrada é realizada na bilheteria do local, das 15h às 18h)
Informações: neste link

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