Alarde, de SP, toca esta noite no Pamonha Groove Trip#3. Confira a entrevista!


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Por Naiara Lima

O Pamonha Groove Trip#3 acontece em Piracicaba nesta sexta-feira (8), com shows de três bandas de rock com pegadas distintas. Sobem ao palco Alarde (São Paulo/SP), Trompa de Falácia (Campinas/SP) e O Sonho de Xirley (Piracicaba/SP). O evento começa às 22h, na Sede da União Porto F.C. – último bolsão de estacionamento da Rua do Porto. A programação conta ainda com a discotecagem de Vinyl Attack, completando o som rocker da noite. 

O Sonho de Xirley é formado por Murilo Camargo (vocal, guitarra), João Campestrini (guitarra), Ilan Milner (baixo) e André Pousa (bateria). O grupo surgiu no ano passado, com a proposta de compor e interpretar músicas do rock indie, clássico e alternativo. Suas principais influências são Red Hot Chili Peppers, John Frusciante, Beatles, Arctic Monkeys e Black Keys.

Fundado em 2013, o Trompa de Falácia varia do psicodélico clássico dos anos 1960 ao stoner carregado de hoje. Em seus primórdios, Matheus Stoshy de Freitas (vocal, guitarra), Bruno "Bill" Giacomini (vocal, bateria) e Alexandre "Soro" Luchesi (baixo) tocavam Queen Of The Stone Age e Cream, chamando-se de Creme de Pedra. Em 2015, investiram no som autoral e lançaram um EP. 

Os veteranos da noite são os paulistanos da Alarde, que completa uma década de rock autoral. São eles Rodrigo Silva (bateria), Orestes Filho (baixo), Rodrigo Mazza (guitarra) e Luiz Silva (guitarra, voz), que conversou com o PiaparaCultural sobre os trabalhos da trupe, além da perspectiva de tocarem na cidade.

Dez anos de estrada da Alarde. Como avalia esse percurso?
É uma marca legal quando você olha para trás e percebe tudo o que passou: os shows, as viagens, as gravações, o público e as bandas com quem tocamos juntos, mas principalmente os amigos que fizemos e todos aqueles que apoiam esse sonho. Afinal, são dez anos investindo uma vida inteira, com várias frustrações no caminho! Porém, tudo faz sentido quando conseguimos nos expressar por meio de nossa música no palco, nos discos e na mensagem que o ouvinte recebe. Ou seja, vamos aprendendo a jogar nesse mercado desleal.

Aprende-se a se valorizar e a sempre manter a música fora dos processos comerciais e burocráticos que corrompem qualquer arte. É uma questão de escolha e ambição: você pode seguir conforme a onda, repetir fórmulas e rótulos, e, sim, ter muito mais chance de um retorno rápido e bem-sucedido. Ou pode construir sua identidade, buscar pela personalidade do som da banda, se afastar dos clichês e do lugar comum – sim, será mais difícil e doloroso, só que a recompensa é original e permanente! Enfim, que a música seja sempre a nossa companheira, pois compor, gravar e tocar é a nossa missão e o maior prazer dessa jornada!

Pelo Facebook da banda, vocês dizem que no álbum Abismo ao Redor há "letras intensas, que urgem a angústia, a busca e a libertação pela experiência de poder enxergar através". O que isso representa, em termos práticos, na proposta desse trabalho?
Essa temática introspectiva oferece um processo reflexivo, a expiação individual e social de observar a si e ao mundo à volta, e como tudo se comunica pelas emoções, sentimentos e atitudes. É uma perspectiva mais provocativa e visceral das nuances do comportamento humano. É falar de temas complexos de uma forma natural e abordar temas simples, verdades absolutas, da maneira mais humana possível. Em suma, é exorcizar sentimentos bons e ruins que se transformam em energia positiva pela música.

A Alarde está preparando o terceiro álbum. O que está por vir? Manterão o tom do disco atual?
Estamos em processo de produção do novo disco – algumas músicas prontas, outras em laboratório, experimentações. Vamos nos desafiando e testando como a nossa antena de influências trabalha a cada dia. O foco é a luta para se manter espontâneo e livre das fórmulas prontas. Por isso, o tema de um próximo disco costuma ser uma surpresa que vai se construindo e se transformando até o resultado final. Com certeza, é um processo renovador que oxigena a criatividade da banda. E a nossa proposta é fazer desse um registro diferente e mais ambicioso do que os anteriores.

Como funciona o processo de composição da Alarde?
Na maioria dos casos, chego com uma ideia de harmonia, algum rascunho de letra e melodia, e vamos testando, tocando com a banda até uma estrutura se estabelecer. A partir daí, focamos nos arranjos, na interpretação e nos detalhes. Mas não há uma ordem definida. Às vezes, a música já sai pronta em poucas horas e em outras, é um processo de lapidação e experimentação durante semanas, meses.

Para o novo trabalho, nossa intenção é quebrar essa sequência. É ignorar um pouco mais a autocensura, que é bem cruel. Em diversas ocasiões, nada está bom, parece que a canção não vai te servir, e de alguma maneira, um detalhe te remete a uma nova direção. Isso te alimenta quase como uma obsessão para terminar a composição, pois sabe que há algo de bom e verdadeiro.

Já tocaram alguma vez em Piracicaba? Que tipo de afinidade o som da banda pode despertar no público daqui?
Será a nossa primeira vez em Piracicaba. Por isso, a expectativa por esta noite é especial. Já tocamos em várias cidades do interior de São Paulo, como Campinas, Limeira, Americana e Sorocaba, mas há tempos vínhamos tentando marcar um show aí, e finalmente vai rolar!

Sem dúvida, é fundamental a atitude da produção do Festival Pamonha Groove em promover a música autoral independente em Piracicaba, e ficamos bem felizes quando nos fizeram o convite. A receptividade do público quando tocamos no interior é mais direta e carinhosa. Acredito na mensagem da nossa música e na energia da apresentação como o momento mais importante de comunicação com as pessoas. Assim, cada noite é uma surpresa, e esperamos poder fazer desta primeira oportunidade em Piracicaba intensa e de contato sincero com o público.

Para o Pamonha Groove Trip#3, qual será o repertório?
Vamos tocar canções dos nossos dois discos, Oitoitenta, de 2009, e Abismo ao Redor, de 2014. Faca, Pressa, Vida Bandida, Eterno Aprendiz Errante são alguns dos principais temas. É provável, também, que role alguma nova, do próximo disco. Tudo depende do momento e de quem for sentir.

Serviço

Pamonha Groove Trip#3
Bandas: O Sonho de Xirley, Trompa de Falácia e Alarde; discotecagem de Vinyl Attack
Data: 08/04 (sexta)
Horário: 22h
Local: Sede da União Porto F.C.
Endereço: Av. Alidor Pecorari, 1.879
Ingressos: R$ 10 (vendas somente no local e na hora do show)
Informações: (19) 98224-4554 ou facebook.com/pamonhagroove

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