Os Republicados: clipe de 'Tudo Pode Mudar' e entrevista com Rubinho Vitti

Thiago Altafini

Por Henrique Inglez de Souza

Os Republicados lançaram nesta sexta-feira (19) o clipe de Tudo Pode Mudar. A novidade marca o primeiro ano do lançamento de seu disco de estreia, homônimo. Rubinho Vitti (vocal), Felipe Chiarinelli (guitarra), Matheus Rizato (bateria, vocal), José Schiavon (teclado) e Mário Brito (baixo, vocal) escolheram o elevador Alto do Mirante, um dos principais pontos turísticos de Piracicaba (SP), cujo famoso rio é a grande atração da paisagem. 

A direção do vídeo é de André Boaretto, enquanto que a de fotografia ficou a cargo de Thiago Altafini. As imagens foram captadas com um drone e uma câmera 4k, e salpicadas por material de flashback.

A seguir, um papo com Rubinho Vitti e o clipe dos Republicados.

Tudo Pode Mudar foi escolhida para o clipe por conta de sua temática. Por que, exatamente, uma toada futurística e catastrófica ganhou a preferência de vocês? 
Estamos em um momento delicado. Não só por conta da chamada crise econômica, mas por causa de uma crise global ecológica. A economia, damos um jeito, mas e o meio ambiente? Um dia é falta d’água, outro é excesso de água. Ao mesmo tempo, tem a poluição, o calor, a energia elétrica que consumimos cada vez mais, precisando de mais e mais recursos para conseguir suportar tanto consumo – o que interfere diretamente na natureza. Por isso, fica a pergunta: “Quanto tempos ainda temos?”. A letra tem essa jogada, de falar das coisas que estão sendo esgotadas e dizer (ou gritar) que tudo pode mudar.

A locação para as filmagens surgiu pela beleza natural ou também teve a ver com a mensagem da letra? 
As duas coisas. A água do Piracicaba é marcante nessas questões ambientais. Quando chove muito ou quando não chove, é o rio que diz. Com pedras expostas ou arrastando tudo com sua força, ele é o termômetro ambiental para os piracicabanos. Ao mesmo tempo, é uma paisagem incrível – vista lá de cima, então... Temos o privilégio de viver junto a esse manancial lindo. Aproveitamos para divulgar nossa cidade e mostrá-la como é bela. Foi um prazer enorme poder gravar o clipe lá, e agradecemos muito à Prefeitura, por intermédio da Setur (Secretaria Municipal de Turismo) por autorizar.

Após um ano do lançamento de seu debute, em que aspectos acha que os Republicados mais amadureceram 
Amadurecemos principalmente no palco. Além de um ano do disco, estamos há quase uma década na estrada. Lógico, na proporção regional, nada muito grande, mas é um crescimento constante. O disco veio a coroar isso. Acreditamos que o lançamento do CD ajudou a dar visibilidade à banda. E, principalmente, nos fez crescer orgulhosos de um produto composto por nós.

O “fantasma” do cover ainda é um adversário e tanto a ser superado pelas bandas autorais que tentam alçar voos consistentes. Como vocês lidam com isso? 
Muitos dizem que as pessoas preferem bandas cover. É fato que os bares lidam com isso para chamar mais gente para as suas baladas. Porém, é impressionante como o autoral é valorizado. Sentimos isso na pele quando lançamos o CD. Lidamos com esse fantasma de uma maneira eficaz: prestando tributo (uma forma de republicar as músicas, em vez de fazer um show idêntico ao original). Temos um show em que homenageamos Os Mutantes e Secos & Molhados, que são nossas referências. Como não somos cover (não me visto nem tento imitar o Ney Matogrosso, por exemplo), a diversão é garantida para ambos os lados.

O quanto a internet tem ajudado a expandir fronteiras para os Republicados? 
A internet é uma ótima ferramenta, mas já está se tornando cada vez mais “fechada”. O principal “vilão” é o Facebook, que limita muito o uso da página de divulgação da banda. Para se ter uma ideia, de mais de 2 mil curtidas, são menos de três ou quatro dezenas que visualizam e veem as postagens, justamente por essa limitação. Claro, pagando uma promoção, aí a coisa anda. Mesmo assim, se não fosse a web, seria mais difícil mostrar o trabalho. É uma rede de pessoas conectadas quase 24 horas por dia. Nosso papel é tentar conquistá-las, com o objetivo simples de mostrar nosso trabalho a um público cada vez maior. É só isso o que a gente quer.

Já dá para se pensar em um novo álbum de inéditas? 
Sim, estamos pensando. Demora mais um pouco. Como temos algum tempo de estrada, o primeiro álbum integrou músicas antigas, de quatro ou cinco anos, as quais já tocávamos no palco. Agora novas músicas estão começando a aparecer. Acredito que dois anos é um período bom para se preparar um álbum. Por isso, se tudo der certo, em 2017 teremos coisas novas. Claro, depende muito, pois tudo pode mudar, né?

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